“Nada deve ser mais importante nem mais desejável (…) do que preservar a boa disposição dos professores (…). É nisso que reside o maior segredo do bom funcionamento das escolas (…).”
“Com amargura de espírito, os professores não poderão prestar um bom serviço, nem responder convenientemente às [suas] obrigações.”
Recomenda-se a todos os professores um dia de repouso semanal: “A solicitude por parte dos superiores anima muito os súbditos e reconforta-os no trabalho.”
“Quando um professor desempenha o seu ministério com zelo e diligência, não seja esse o pretexto para o sobrecarregar ainda mais e o manter por mais tempo naquele encargo. De outro modo os professores começarão a desempenhar os seus deveres com mais indiferença e negligência, para que não lhes suceda o mesmo.”
Incentivar e valorizar a sua produção literária: porque “a honra eleva as artes.”
“Em meses alternados, pelo menos, o reitor deverá chamar os professores (…) e perguntar-lhes-á, com benevolência, se lhes falta alguma coisa, se algo os impede de avançar nos estudos e outras coisas do género. Isto se aplique não só com todos os professores em geral, nas reuniões habituais, mas também com cada um em particular, a fim de que o reitor possa dar-lhes mais livremente sinais da sua benevolência, e eles próprios possam confessar as suas necessidades, com maior liberdade e confiança. Todas estas coisas concorrem grandemente para o amor e a união dos mestres com o seu superior. Além disso, o superior tem assim possibilidade de fazer com maior proveito algum reparo aos professores, se disso houver necessidade.”
"I. 22. Para as letras, preparem-se professores de excelência
Para conservar (…) um bom nível de conhecimento de letras e de humanidades, e para assegurar como que uma escola de mestres, o provincial deverá garantir a existência de pelo menos dois ou três indivíduos que se distingam notoriamente em matéria de letras e de eloquência. Para que assim seja, alguns dos que revelarem maior aptidão ou inclinação para estes estudos serão designados pelo provincial para se dedicarem imediatamente àquelas matérias – desde que já possuam, nas restantes disciplinas, uma formação que se considere adequada. Com o seu trabalho e dedicação, poder-se-á manter e perpetuar como que uma espécie de viveiro para uma estirpe de bons professores.
II. 20. Manter o entusiasmo dos professores
O reitor terá o cuidado de estimular o entusiasmo dos professores com diligência e com religiosa afeição. Evite que eles sejam demasiado sobrecarregados pelos trabalhos domésticos."
Ratio Studiorum da Companhia de Jesus (1599)."
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No Século XVI, pensava - se verdadeiramente num ensino de qualidade. Os Professores, principais actores nesse meio, tinham que estar devidamente motivados, para que pudessem transmitir, objectivamente, os seus ensinamentos ao seus alunos.
Os Portugueses apesar de terem abandonado o território Timorense, aquando do 25 de Abril de 1974, nunca se esqueceram daquele Povo Martirizado. Apesar de longe, sempre acompanharam o desenrolar da sua história, procurando minimizar o seu sofrimento. Talvez por isso, na Amadora, não foi difícil descobrir uma lápide alusiva a um dos seus maiores problemas de sempre "O MASSACRE DO CEMITÉRIO DE SANTA CRUZ". Que outras lápides ou Monumentos não haverá por Portugal fora?Contudo, para que conste, ousámos transcrever alguns excertos da História. História "De acordo com alguns antropólogos, um pequeno grupo de caçadores e agricultores já habitava a ilha de Timor por volta de 12 mil anos a.C. Há documentos que comprovam a existência de um comércio esporádico entre o Timor e a China a partir do século VII, ainda que esse comércio se baseasse principalmente na venda de escravos, cera de abelha e sândalo, madeira nobre utilizada na fabricação de móveis de luxo e na perfumaria, que cobria praticamente toda a ilha. Por volta do século XIV, os habitantes de Timor pagavam tributo ao reino de Java. O nome Timor provem do nome dado pelos Malaios à Ilha onde está situado o país, Timur, que significa Leste[1]. O primeiro contato europeu com a ilha foi feito pelos portugueses quando estes lá chegaram em 1512 em busca do sândalo. Durante quatro séculos, os portugueses apenas utilizaram o território timorense para fins comerciais, explorando os recursos naturais da ilha. Díli, a capital do Timor Português, apenas nos anos 60 do século XX começou a dispor de luz elétrica, e na década seguinte, água, esgoto, escolas e hospitais. O resto do país, principalmente em zonas rurais, continuava atrasado. Após a Revolução dos Cravos, o governo português decidiu abandonar a ilha em agosto de 1975, passando o poder à FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor-Leste) que proclamou a república em 28 de Novembro do mesmo ano. Porém, a independência durou pouco tempo. O general Suharto, governante da Indonésia, mandou tropas do exército invadirem a ilha. Em 7 de Dezembro, os militares indonésios desembarcavam em Díli, ocupando brevemente toda a parte oriental de Timor, apesar do repúdio da Assembléia-Geral da ONU. A ocupação militar da Indonésia em Timor-Leste fez com que o território se tornasse a 27.ª província indonésia, chamada "Timor Timur". Uma política de genocídio resultou num longo massacre de timorenses. Centenas de aldeias foram destruídas pelos bombardeios do exército da Indonésia, sendo que foram utilizadas toneladas de napalm contra a resistência timorense (chamada de Falintil). O uso do produto queimou boa parte das florestas do país, limitando o refúgio dos guerrilheiros na densa vegetação local. Entretanto, a visita do Papa João Paulo II a Timor-Leste, em outubro de 1989, foi marcada por manifestações pró-independência que foram duramente reprimidas. No dia 12 de Novembro de 1991, o exército indonésio disparou sobre manifestantes que homenageavam um estudante morto pela repressão no cemitério de Santa Cruz, em Díli. Cerca de 200 pessoas foram mortas no local. Outros manifestantes foram mortos nos dias seguintes, "caçados" pelo exército da Indonésia. Manifestação contra a ocupação indonésia de Timor-Leste, na Austrália A causa de Timor-Leste pela independência ganhou maior repercussão e reconhecimento mundial com a atribuição do Prêmio Nobel da Paz ao bispo Carlos Ximenes Belo e José Ramos Horta em outubro de 1996. Em julho de 1997, o presidente sul-africano Nelson Mandela visitou o líder da FRETILIN, Xanana Gusmão, que estava na prisão. A visita fez com que aumentasse a pressão para que a independência fosse feita através de uma solução negociada. A crise na economia da Ásia no mesmo ano afetou duramente a Indonésia. O regime militar de Suharto começou a sofrer diversas pressões com manifestações cada vez mais violentas nas ruas. Tais atos levam à demissão do general em maio de 1998. Em 1999, os governos de Portugal e da Indonésia começaram, então, a negociar a realização de um referendo sobre a independência do território, sob a supervisão de uma missão da Organização das Nações Unidas. No mesmo período, o governo indonésio iniciou programas de desenvolvimento social, como a construção e recuperação de escolas, hospitais e estradas, para promover uma boa imagem junto aos timorenses. Desde o início dos anos 90, uma lei indonésia aprovava milícias que “defendessem” os interesses da nação, no Timor-Leste, o exército indonésio treinou e equipou diversas milícias, que serviram de ameaça contra o povo durante o referendo. Apesar das ameaças, mais de 98% da população timorense foi às urnas no dia 30 de agosto de 1999 para votar na consulta popular, e o resultado apontou que 78,5% dos timorenses queriam a independência. As milícias, protegidas pelo exército indonésio, desencadearam uma onda de violência antes da proclamação dos resultados. Homens armados mataram nas ruas todas as pessoas suspeitas de terem votado pela independência. Milhares de pessoas foram separadas das famílias e colocadas à força em caminhões, cujo destino ainda hoje é desconhecido (muitas levadas a Kupang, no outro lada da ilha de Timor, pertencente a Indonésia). A população começou a fugir para as montanhas e buscar refúgio em prédios de organizações internacionais e nas igrejas. Os estrangeiros foram evacuados, deixando Timor entregue à violência dos militares e das milícias indonésios. A ONU decide criar uma força internacional para intervir na região. Em 22 de setembro de 1999, soldados australianos sob bandeira da ONU entraram em Díli e encontraram um país totalmente incendiado e devastado. Grande parte da infra-estrutura de Timor-Leste havia sido destruída e o país estava quase totalmente devastado. Xanana Gusmão, líder da resistência timorense, foi libertado logo em seguida. Em abril de 2001, os timorenses foram novamente às urnas para a escolha do novo líder do país. As eleições consagraram Xanana Gusmão como o novo presidente timorense e, em 20 de Maio de 2002, Timor-Leste tornou-se totalmente independente. Em 2005, a cantora colombiana Shakira gravou uma música-protesto intitulada de "Timor". A música, escrita e composta pela cantora, fala de como a comunicação social ocidental deu importância ao caso da independência de Timor-Leste há alguns anos, e como agora essa mesma comunicação social, televisões e rádios já não se interessavam por este país. Em 2006, após uma greve que levou a uma demissão em massa nas forças armadas leste-timorenses, um clima de tensão civil emergiu em violência no país. Em 26 de Junho o então primeiro-ministro Mari Bin Amude Alkatiri deixou o cargo, assumindo interinamente a coordenaria ministerial José Ramos Horta, que, em 8 de Julho, foi indicado para o cargo pelo presidente Xanana Gusmão, pondo termo ao clima vigente. A situação permanece razoavelmente estável devido à intervenção militar vinda da Malásia, Austrália, Nova Zelândia e à pressão política e militar de Portugal que tenta apoiar Timor-Leste no seu desenvolvimento. José Ramos Horta era apontado pela imprensa portuguesa como um dos sucessores de Kofi Annan no cargo de secretário-geral da ONU. Ramos Horta não confirmou o seu interesse no cargo, mas também não excluiu a hipótese. Na segunda volta das eleições de 9 de Maio de 2007, Ramos-Horta foi eleito Presidente da República, em disputa com Francisco Guterres Lu Olo, sucedendo a Xanana Gusmão no cargo. A 6 de Agosto de 2007, José Ramos-Horta indica Xanana Gusmão, ex-presidente da república, como 4º primeiro-ministro da história do país sucedendo a Estanislau da Silva. Xanana Gusmão, líder do renovado CNRT, apesar de 2º classificado nas eleições legislativas de Junho com 24,10% dos votos (atrás dos adversários da FRETILIN de Francisco Lu-Olo), alcançou uma série de acordos pós-eleitorais com as restantes forças políticas da oposição que conferem ao seu governo um estatuto de estabilidade. Em 11 de Fevereiro de 2008 Ramos-Horta sofreu um atentado perto da sua casa em Díli. Neste atendado, os guardas de sua casa mataram o ex-oficial do Exército de Timor-Leste, Alfredo Reinado (rebelado desde maio de 2006), acusado perante a Corte Suprema do país de homicídio, após a onda de violência causada por sua expulsão do exército junto com 598 outros militares por desobediência. O mesmo grupo também é acusado de efetuar disparos contra a residência do primeiro-ministro do país, Xanana Gusmão, mas nada foi esclarecido ainda em relação a este segundo ataque, que não deixou vítimas."
Filho de uma família humilde, este nosso conterrâneo procurou vida diferente daquela em que foi criado, na sua Terra Natal. Nascido na Villa da Lage, no Vale da Loba, no lugar e freguesia de Beijós, ficou órfão de pai quando tinha 15 anos. A vida, então, não era fácil na sua Aldeia, mas, para ele, a vida foi madrasta e impôs-lhe a lida da terra de sol-a-sol. O seu Pai partiu a 4 de Março de 1961. Como era hábito, todos os agricultores compravam a enxada no Inverno, para cavar as terras até Maio, de cada ano. A primeira herança que teve foi uma enxada nova, que o Pai comprara. Encabou essa ferramenta e dispôs-se a trabalhar com ela naquele ano de 1961. Acabou por romper essa enxada, entre Março e Junho, a cavar as terras para as Batatas e legumes e, seguidamente, para as sementeiras do milho. Foram seus mestres, além do seu falecido pai, depois deste ter partido, entre outros, os Nossos Queridos Amigos Bernardino Pais Baptista, e Emiliano dos Santos Lopes, que Deus os tenha no Seu Eterno descanso. Entre Março de 1961 e 01 de Agosto de 1966, a vida não lhe foi fácil. Sofreu muito, a ajudar a tratar dos campos que lhes davam o sustento da casa da família que lhe restava, avó, mãe e irmãs. Talvez, aí e dessa forma, tenha recebido a maior lição da vida. Quando saiu para cumprir a sua obrigação militar, ainda que pesaroso por, pela primeira vez, se ter de ausentar da sua Aldeia, o sacrifício que tivera, deu-lhe ânimo para procurar outro modo de vida, que não aquele que tivera até ali. Nos anos sessenta, a emigração de assalto para a França e para a Alemanha, era a melhor via para procurar melhores horizontes. Olhava para esses caminhos, mas eles causavam-lhe muito receio, por vários motivos, mas o principal era a falta de capital para pagar a quem o colocasse fora das fronteiras do nosso País. Que destino o esperava? Pergunta a si próprio, durante o tempo militar. Foi colocado no R.I. 7, em Leiria, no dia 1 de Agosto de 1966. Aí permaneceu três meses, em instrução. Após o primeiro compromisso de honra, vulgo juramento de bandeira, para defender a sua Pátria, foi colocado na Força Aérea, e seguiu para a B.A. 3, em Tancos, onde tirou a especialidade de Sapador Bombeiro, com um complemento de curso de Cabos, que obrigou a que ele permanecesse ali até meados de Janeiro de 1967. Procurou colocação nas Bases do então Ultramar Português, em Angola e Moçambique, mas, por não haver rendição das respectivas guarnições, acabou por ser colocado na B.A.5 - Monte Real, onde permaneceu entre 17 de Janeiro de 1967 e 28 de Novembro de 1968. Durante a sua permanência na B.A. 5, em Agosto de 1968, um grupo de militares seus amigos, abordaram-no e convidaram-no a seguir com eles, apresentando os documentos para concurso aos cursos da Polícia de Segurança Pública. Pouco depois, esse grupo de militares, de que ele também passou a fazer parte, foi convocado para prestar provas em Coimbra. Muito embora alimentassem a esperança de entrar na Polícia nos últimos meses de 1968, o problema da Doença do Sr. Dr. Oliveira Salazar e das consequências politicas que, então, daí se previam, obrigou a que quer ele quer os seus amigos que faziam parte do mesmo grupo, só viessem a ser chamados para os Cursos da PSP nos primeiros dias do ano de 1969. Então foi mandado apresentar na PSP de Lisboa, no dia 9 de Janeiro daquele ano. Ali encontrou novamente os seus amigos, a quem se juntou. Seguiu para Caldas da Rainha, onde frequentou o seu curso da Polícia. Muita expectativa, por nunca ter lidado com Agentes da Polícia e desconhecer totalmente as respectivas missões. Jurou cumprir e fazer cumprir a Constituição de 1933. A 15 de Abril de 1969, terminado o seu curso com sucesso, regressou a Lisboa, onde recebeu instrução complementar e, colocado na 8.ª Esquadra - Rossio, passou a patrulhar a respectiva área, que era muito trabalhosa. Da sua Aldeia, seus conhecidos, acompanharam-no no ingresso na Polícia, os seus Amigos JOÃO FIGUEIRAS e HERCULANO AMARAL. Apesar das convulsões políticas da época, que o obrigaram a deslocar-se a Coimbra por duas vezes, durante duas semanas, devido às lutas estudantis nas respectivas Universidades, em Abril/Maio de 1969, acabou por abraçar a PSP de alma e coração, onde procurou progredir na carreira. Para tanto, no ano de 1970, decidiu valorizar-se culturalmente e concluiu o 2.º ano do Ciclo Preparatório, na Escola Preparatória Delfim Guimarães, em Benfica - Lisboa. Depois, perante as dificuldades que o seu trabalho lhe acarretava e de acordo com a área onde desempenhava as suas funções, frequentou os Liceus Passos Manuel e D. Pedro V, onde completou o 2.º Ciclo do seu curso Liceal. Convidado a candidatar-se ao Curso de Subchefes, sem descurar os seus estudos académicos, decidiu dar mais um passo na carreira policial e frequentou o respectivo curso no ano lectivo de 1977/1978. Promovido a Subchefe no dia 01 de Julho de 1978, para a 20ª Esquadra - Benfica, da PSP de Lisboa, aí permaneceu até 03 de Abril de 1979, altura em que foi colocado na PSP da Horta, no Arquipélago dos Açores. Regressou à Esquadra de Benfica, vindo daquele Comando, em 28 de Maio de 1980. Como a Corporação exigia, foi ministrar instrução num curso de novos Agentes, a partir de Novembro de 1980, em Torres Novas. Regressou à sua Esquadra, Benfica, em Junho de 1981. Em Outubro de 1982, iniciou o curso de Chefes, que terminou com sucesso em Junho de 1983. Promovido a Chefe a 1 de Julho de 1983, passa a desempenhar as respectivas funções, nos Comandos das Esquadras, de acordo com as respectivas vagas, conforme notícia divulgada no Jornal "Correio da Linha", de que se junta recorte. Em Maio de 1984, por imposição da progressão na carreira, foi ministrar mais um curso de novos Agentes, em Torres Novas. Quando, em Dezembro desse ano, regressou à sua Divisão Policial, então Amadora, foi colocado na 61.ª Esquadra - Reboleira, onde permaneceu até 25 de Fevereiro de 1996, altura em que foi colocado na Esquadra do Cacém, na qual tomou posse no dia seguinte, a 26 de Fevereiro. Olhando à vida que este nosso conterrâneo tivera antes de seguir para cumprir o seu dever militar, ainda que tenha tido muitos sacrifícios e sofrido muitas contrariedades profissionais, pessoais, e até na sua vida particular, tudo conseguiu ultrapassar, enveredou por uma carreira profissional muito digna e honrosa, diferente daquela em que foi criado, e libertou-se dos sacrifícios dos trabalhos nos campos. Ainda que com sacrifícios diferentes, orgulhosamente, serviu a PSP durante 36 anos, 9 meses e 21 dias, sendo jubilado em 21 de Outubro de 2005, então Comandante da 66.ª Esquadra da PSP de Lisboa, na cidade de Agualva-Cacém. As diversas missões de que foi incumbido foram enaltecidas várias vezes e destacadas com correspondentes diplomas, cujo facto lhe deu mais ânimo para continuar a luta em que sempre se empenhou de bem servir o público e a PSP. Apesar de ter conseguido progredir na carreira policial, manteve a humildade de sempre em todos os aspectos. Orgulha-se das suas raízes nas Famílias Peixeira, Pais Bernardo e Coelho do Amaral, e de ter nascido em Beijós, em cuja Aldeia cresceu e adora permanecer, no convívio com os seus conterrâneos.
Vamos fazer uma viagem a Terras que muitos Portugueses pisaram no passado. Vamos rever aquilo que eles viram e que, talvez por falta de meios, nunca conseguiram mostrar-nos. A todos os nossos estimados leitores desejamos uma viagem agradável ao outro lado do Mundo... Venham daí connosco:
BANDEIRA PORTUGUESA
Com a proclamação da República, a 05 de Outubro de 1910, foi adoptada (a 30 de Junho de 1911) a Bandeira Nacional Portuguesa (Símbolo da Pátria) > Verde e Vermelha, em substituição da azul e branca.
BANDEIRA NACIONAL USADA DURANTE A MONARQUIA, ATÉ 1910
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Além daquelas duas cores da Bandeira Nacional:
» Verde escuro;
» Vermelho-claro;
»» A Bandeira Nacional tem ao centro:
» O escudo de Portugal sobre a esfera armilar > em amarelo;
» O escudo > em vermelho e branco;
» Cinco Quinas > em azul;
» Cinco Pontos Brancos;
» Sete Castelos > em amarelo;
O VERDE DA BANDEIRA:
» Representa a esperança que os Portugueses sempre tiveram nos seus empreendimentos;
O VERMELHO DA BANDEIRA:
» Representa o sangue derramado pelos Portugueses, nas lutas pela expansão Nacional;
O ESCUDO DE PORTUGAL SOBRE A ESFERA ARMILAR:
» Representa as nossas descobertas marítimas, através de todo o Globo terrestre;
O ESCUDO EM VERMELHO E BRANCO COM AS CINCO QUINAS EM AZUL AO CENTRO:
» Representam os cinco Reis Moiros vencidos em Ourique, por D. Afonso Henriques;
OS CINCO PONTOS BRANCOS QUE SE VÊEM EM CADA QUINA:
» Representam as Cinco Chagas de Jesus Cristo;
OS SETE CASTELOS EM AMARELO SOBRE A PARTE VERMELHA DO ESCUDO:
» Simbolizam os sete castelos, tomados aos moiros por D. Afonso III, designadamente:
> Albufeira;
> Aljezur;
> Cacela;
> Castro Marim;
> Estômbar;
> Paderne;
> Sagres.
Brasão de Armas de Portugal
Dia 13 de Maio 1917-2008
Hoje, a Santíssima Madrinha, está a ser venerada no Seu Santuário em Fátima.
Aquela Festa que nos arrastava, por estares mais próximo Daquela Santa Bendita.
A Quem mais pedias Protecção.
Predilecta, a quem mais rezavas.
Sempre a tinhas no pensamento.
Agora, seguramente, aí junto Dela, continuarás a interceder por nós, viventes.
» Aquando da invasão do Antigo Estado Português da Índia (Goa, Damão e Diu), encontravam-se ali a prestar serviço militar os Nossos Queridos Amigos Beijosenses:
> JOAQUIM BERNARDO CARDOSO - natural e residente em Beijós;
> ARMANDO DOS SANTOS PINTO - natural e residente em Pardieiros > Beijós.
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» Joaquim Cardoso > Enquadrava o Batalhão de Engenharia, que partiu do BT da Graça - Lisboa;
» Armando Pinto > Enquadrava o Batalhão de Infantaria, que partiu do RI 5- Caldas da Rainha.
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Apurámos que da Aldeia Vizinha de Aguieira, então, também se encontrava na India o nosso Querido Amigo:
> ANTÓNIO SOUSA, natural da Aguieira e residente em Canas de Senhorim;
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A invasão daquele Estado, levada a cabo pelas tropas da União Indiana, ocorreu em 17-18.12.1961.
Todavia, cerca de um mês antes, as tropas Portuguesas já tinham conhecimento de que o país invasor se preparava para lançar a ofensiva.
Seguramente que, durante esse mês, as tropas Portuguesas tiveram oportunidade para se prepararem, quer psicologicamente quer logisticamente para resistir. Todavia, as poucas tropas que Portugal ali dispunha, cerca de 3.500 homens, mal equipados, não podiam resistir muito ao gigante invasor que atacou por terra, mar e ar, com mais de 50.000 homens.
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Breve descrição dos acontecimentos
" Nos dias 17/18 de Dezembro de 1961, durante a denominada Operação Vijaya, 50 000 tropas indianas apoiadas por blindados, artilharia, meios aéros (aviões de combate Canberra) e navais (1 porta-aviões) ocuparam militarmente Goa, Damão e Diu. Os 3500 militares portugueses e goeses tinham ordens de Salazar para lutar até à morte, sendo que o chefe-de-estado português comunicou que só esperava como resultado do combate "militares vitoriosos ou mortos". Contudo, o Governador Vassalo e Silva apercebeu-se da situação desesperada e perante o avanço dos indianos mandou recuar as forças e destruir todas as pontes e meios militares pelo caminho. Sem meios aéreos portugueses, a aviação indiana teve tarefa fácil ao destruir a torre de telecomunicações em Bambolim e a base militar em Dabolim. Pouco depois entravam em território de Goa, Damão e Diu as tropas da União Indiana, que ao contrário do que se esperava ainda se depararam com resistência de alguns militares portugueses, nomeadamente em Vasco da Gama, onde 500 militares fortemente armados obrigaram as forças indianas a combate. Também a fragata Afonso de Albuquerque entrou em combate à frente da barra de Mormugão, mas foi presa fácil para os modernos navios indianos que a afundaram. A destruição de pontes por parte dos portugueses fez também com que a ocupação total se tenha prolongado por mais de 2 dias, porque as tropas indianas não tinham meios para passar os rios de Mandovi (á frente de Pangim), e Zuari (a sul de Pondá). Como tal tiveram de pernoitar à espera de prosseguir em condições e para aceitarem a rendição das forças portuguesas em 19 de Dezembro de 1961."
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O QUE OS BEIJOSENSES VIRAM E VIVERAM:
Pelo que apurámos, apesar de as tropas Portuguesas serem em número reduzido e mal equipadas, resistiram contra o invasor, conforme puderam. A Engenharia destruiu parte das pontes por onde os Indianos tinham que passar.
Apesar de terem consciência de que não tinham capacidade de resistência, os militares portugueses fizeram frente ao invasor, cuja oposição teve como consequência o retardar, por dois dias, a tomada dos territórios e a consequente rendição das nossas tropas.
O Navio de Guerra Português "Afonso de Albuquerque" instalado no Porto de Mormugão, escudou-se por detrás de um navio de mercadorias Japonês, que se encontrava ali atracado para carregar minério, e daí resistiu e terá conseguido derrubar dois aviões de guerra indianos. Por tal motivo, o navio Japonês ainda foi alvejado pela artilharia indiana.
A guarnição do Navio de Guerra Português, quando viu que não era possível continuar a resistir, abandonou-o fugindo em lanchas para terra, e lançou-lhe o fogo aos respectivos paióis, para que nem o navio nem o material que transportava caissem na posse do invasor, cuja embarcação acabou por explodir, ficando seriamente danificada, cujo casco acabou por ser apreendido e rebocado pelos indianos, que o exibiram como troféu. Terá sido forte, então, o regozijo das tropas indianas, que, erradamente, tomaram a explosão da embarcação portuguesa, como consequência dos seus ataques.
Depois da rendição, os Militares Portugueses, desarmados, foram conduzidos para os
CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO DE:
> Pondá;
> Mapuçá;
> Aguada;
> Alperqueiros;
> Etc.
conforme os locais onde eram detidos. Nesses campos de concentração eram mantidos a bolachas, a água, a feijão frade cheio de carochos temperado com óleo em vez de azeite, e a pão mal cozido, únicos alimentos que lhes distribuiam.
À ESPERA....... DO FUZILAMENTO
Vigiados pelas topas indianas devidamente armadas, os militares Portugueses mentalizaram-se de que, com as armas apontadas contra eles, o seu destino seria o fuzilamento.
Perante as incertezas que se lhe depararam, muitos dos nossos militares tentavam evadir-se por qualquer meio daqueles campos de concentração. Muitos conseguiram fugir, num carro que passava, de vez em quando, para o Porto de Mar. Numa destas sagas Três militares Portugueses esconderam-se num contentor de lixo. Já iam no fundo do contentor a sair à porta do Campo de Concentração, a caminho da lixeira, quando o carro foi mandado parar pelas tropas indianas, que vistoriaram os contentores que o carro levava e espetaram ferros pelo lixo abaixo, para ferir os referidos militares. Dois deles conseguiram escapar, mas um foi detido. Vieram a saber que a fuga dos militares no contentor do lixo terá sido denunciada às tropas indianas, por um furriel Português.
A acção do furriel terá desencadeado um onda de protestos nas tropas Portuguesas que se encontravam no campo de concentração. Alguns militares juraram vingança contra o furriel.
Nessa sublevação, as tropas indianas endureceram a sua acção. Lançaram um ultimato aos que estiveram contra o furriel. Então, sugeriram que todos aqueles que estivessem contra aquele militar que saíssem da formatura e dessem um passo em frente.
ANJO PROTECTOR
Temos que realçar aqui a acção do Capitão Capelão JOAQUIM FERREIRA DA SILVA, único interlocutor, em inglês, com as tropas indianas.
À ordem para que aqueles que estivessem contra o furriel se manifestassem, para surpresa de todos e principalmente do Capelão, um militar mais arrojado deu um passo em frente, e, batendo com o punho no peito, exclamou "- que estava contra e que era ele mesmo que o matava". Esta conduta criou alguma expectativa, trouxe maior tristeza e abalou a pouca esperança que restava, quer ao Capelão, quer a todas as tropas portuguesas. Fez aumentar o receio do fuzilamento de todos os militares.
A acção da Capelão terá sido preponderante para resolução deste diferendo, acautelando o fuzilamento não só daquele soldado, como também de todos os outros, esclareceu as tropas indianas "que aquele soldado tinha dado o passo em frente, mas em defesa do furriel", cujo argumento foi aceite pelas tropas indianas, que aliviaram alguma pressão que exerciam sobre os portugueses.
O TEMPO E AS NOTÍCIAS
O cativeiro dos militares portugueses na Índia durou cerca de SEIS meses. Nesse espaço de tempo procuravam ouvir notícias das emissoras portuguesas.
Ouviram muita mentira, sem poderem esclarecer.
Entre as diversas notícias que eram difundidas na rádio portuguesa, constava que "nas valetas na índia corria um rio de sangue, dos militares portugueses, que foram todos mortos", cujo facto originou que muitas das suas famílias em Portugal se tivessem vestido de luto.
A ESPERANÇA
No entanto, entre as notícias más, houve um dia em que chegou uma notícia muito agradável, indicando uma data para a libertação de todos os militares portugueses presos. A partir do momento em que as tropas portuguesas tomaram conhecimento, a ansiedade foi tamanha que nunca mais ninguém dormiu nos aquartelamento do cativeiro.
A LIBERTAÇÃO
Chegou a data da libertação.
Logo que libertados, os militares portugueses tiveram que percorrer muitos quilómetros a pé. Por vezes, quando notavam que as botas lhes causavam ferimentos, tentaram em vão descalçar-se. Mesmo assim, com os pés a sangrar e com as botas cheias do vital líquido, a alegria do regresso a casa minorava e esquecia o sofrimento que jamais os conseguia fazer parar.
REGRESSO
O transporte dos militares portugueses foi feito, entre a Índia e o Paquistão, em Aviões civis Franceses, com tripulações compostas com enfermeiros também Franceses.
No Paquistão aguardavam-nos os Navios Portugueses que os transportaram para Portugal.
MATERIAL PORTUGUÊS.
Quer os carros quer as armas que as tropas portuguesas tinham na Índia tudo foi confiscado pelos indianos.
VIAGEM DE REGRESSO
Durante a viagem, os militares portugueses lançaram ao mar a velha farda que usaram.
CHEGADA (à Metrópole, como então se dizia) - A PORTUGAL
Não houve nenhum membro do Governo de então a recebê-los.
Notaram um desprezo total.
Naquela altura foram tratados como traidores da Pátria.
ROMAGEM AO TÚMULO DO SEU "ANJO DA GUARDA"
No dia 10 de Maio de 2008, todos os prisioneiros da Índia vão efectuar uma romagem a Póvoa de Varzim, ao túmulo do Capitão Capelão JOAQUIM FERREIRA DA SILVA.
Vão prestar-lhe sentida homenagem, em reconhecimento da sua acção naqueles momentos tão delicados das suas vidas.
ENCONTROS DE PRISIONEIROS
Um ano num, outro ano noutro local, os prisioneiros da Índia vão marcando a sua presença nos encontros Nacionais. Vão deixando o seu testemunho, para a posteridade, conforme fizeram com a lápide aqui reproduzida, que encontrámos um pouco escondida no Jardim do Cristo Rei, em Cabanas de Viriato.
NOVO ENCONTRO
No dia 23 de Maio de 2008, os militares de engenharia que estiveram detidos na India, na altura da invasão, vão encontrar-se em MARVÃO.
TRAUMAS PARA A VIDA
Qualquer sofrimento que o ser humano suporte, vai repercutir-se na sua saúde física e mental.
O sofrimento que tiveram no corpo, seguramente que afectou todos aqueles militares, não só no momento do cativeiro, mas também se terá repercutido pela vida fora.
As sequelas gravadas então, irão declarar-se com o decorrer dos anos.
A sua saúde terá ficado logo muito fragilizada.
Mas não será menos pesado o rótulo que lhes imprimiram "de traidores da Pátria". Isso os terá feito pensar durante o resto da sua vida. Terá sido mais uma facada na sua saúde, quando eles fizeram tudo, sacrificaram-se para defender a sua Pátria, no além mar.
Lutaram, sacrificaram-se e seguraram enquanto puderam aquele canto que era Portugal. De nada valeu e de nada valeria, mesmo que tivessem lutado até à morte, porque Portugal acabaria por perder aquele canto.
Por tudo isso, merecem todo o carinho dos Portugueses. É justo que Portugal lhe dispense o apoio que, agora, mais necessitem.
É bom recordar algumas músicas que os Portugueses deixaram em Goa e que ainda continuam a ser preservadas. Vejamos»»: »» Vamos viajar + »»» Konkani Song + »» Holiday »» Malhão (+...) »» Tia Anica (+...)
Quem terá estudado neste Liceu?
Muitos e bons portugueses, que, anualmente, em sãos convívios, vão matando saudades dos bons momentos que passaram por aquelas paragens, onde, orgulhosamente, foram encaminhados para uma vida social bem conseguida, apesar das vicissitudes que o tempo lhes motivou.
Brevemente, esperamos ter oportunidade de enumerar alguns desses Portugueses, que nos deram o gratificante prazer de, com eles, trabalhar e de conviver.